Resistir ao Código <br>e defender os contratos

Em resposta à entrada em vigor do Código do Trabalho, estão decretadas greves em vários sectores e empresas, de modo a permitir aos trabalhadores recusarem as novas normas e defenderem os direitos que continuam consagrados na contratação colectiva.

Ainda ontem, ao final da manhã, a Fectrans/CGTP-IN revelou que os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, reunidos à porta do edifício da administração, decidiram iniciar uma greve ao trabalho extraordinário, caso a empresa opte pela suspensão da contratação colectiva e pela aplicação do Código do Trabalho nesta matéria. Decorria uma greve, em defesa da negociação colectiva e pelo aumento dos salários, com uma adesão superior a 80 por cento.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário confirmou anteontem a convocação, na Refer, de uma greve ao trabalho extraordinário, em dias feriados e em dia de descanso semanal, reagindo ao anúncio de que a administração vai «suspender» o Acordo de Empresa. Estão em marcha greves noutras empresas do Grupo CP.

O Sindicato da Hotelaria do Norte apresentou igualmente um pré-aviso de greve para todo o seu sector.

Para todos os sectores abrangidos (indústrias metalúrgicas, químicas, eléctricas, farmacêutica, celulose, papel, gráfica, imprensa, energia e minas), a Fiequimetal declarou greve a todo o trabalho suplementar. Em comunicado, a federação alertou os trabalhadores para as manobras do patronato, particularmente quanto aos «bancos» de horas e ao trabalho extraordinário. Na EDP, o facto de a administração ter anunciado na segunda-feira que vai denunciar o Acordo Colectivo de Trabalho «não é o seu fim, pois este manter-se-á em vigor até ser substituído por outro», refere a Fiequimetal, num comunicado em distribuição desde anteontem na empresa, e no qual apela à continuação do combate em defesa dos direitos.



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